Hugo Bross – Grupo UN/São Paulo
Bob Dylan é um cantor e compositor de 70 anos que escrevia músicas de protesto há algumas dezenas de anos, mas isso não é o que chama mais atenção no músico que nos últimos anos vem enfrentando ainda mais dificuldades com sua voz que não soa bem aos ouvidos da maioria. O protesto do pop star americano já passou, suas canções, antes idolatradas pelo público mais pensante, hoje estão velhas, ultrapassadas pelo tempo e sem chances de vingar em mundo que perde a cada instante o idealismo.
Com versos e melodias profundas, Dylan poderia agradar os fãs mais fervorosos, mas com uma voz cada vez mais “diferente” das demais, o músico vem fazendo apresentações falidas e que desagradam ao público mais fiel ao mito. No Brasil, Bob Dylan falou pouco com os fãs e no palco fez de tudo para esboçar um show de pop. Com uma voz estranha aos ouvidos desde o início de carreira, e agora ainda pior, o revolucionário dos anos 60 merecia ter devolvido parte do que ganhou em suas apresentações na mais recente turnê.
Inconsistente, o norte-americano não é mais o mesmo, e também pudera, agora são 70 anos de vida e outros tantos de estrada. A bateria de shows pelo mundo se chama "Never Ending Tour", a turnê que não tem fim, que começou em 1988 e que, pelo que parece, seria mais adequada que Dylan a finalizasse o mais rápido possível e saísse pela porta da frente do mundo musical. O porta-voz da contracultura nos anos 60 perdeu o brilho, perdeu a voz inconfundível, porém dissonante, e a capacidade de fazer grandes espetáculos.
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